sexta-feira, 29 de outubro de 2010

HISTORIA DA IBCOR: o pastorado Sebastião Tiago Araujo



Capitulo V
O PASTORADO SEBASTIÃO TIAGO CORREA DE ARAÚJO


O pastorado de Sebastião Tiago Correia de Araújo na IBCOR se estendeu de 18 de julho de 1926 a 27 de abril de 1951, quando o Senhor o chamou para a Glória. Sua eleição para o pastorado da IBCOR ocorreu em 22 de Junho de 1926, quando a Igreja também elegeu três novos diáconos: Lourenço Alves Barbosa, José Lourenço e Amaro Pereira, e foi designado o dia 18 de Julho de 1926, data comemorativa do Aniversário da Socie- dade de Senhoras, para a posse. O pastor Tiago Araújojá dirigia a Igreja nos últimos meses do pastorado de Manuel da Paz em face da doença deste. Indicado o nome para o pastorado da Igreja, pediu exoneração do cargo de moderador até a igreja tomar uma decisão quanto ao assunto. Empossado o novo Pastor, o seminarista Jose Vidal de Freitas se exonerou do cargo de auxiliar do Pastor, indo Pastorear a Igreja Batista de Gravatá, onde foi consagrado ao Ministério da Palavra.

Uma das primeiras tarefas do Pastor Tiago Araújo, ao assumir o pastorado, foi levar a Igreja a reformar o Templo para acomodar melhor a comunidade, iniciando uma campanha para reconstruir o Templo, desta feita em alvenaria de tijolo. Começou um trabalho pastoral para animar a Igreja a retomar suas atividades após meses de enfermidade do seu antigo pastor. O 22o. aniversário, em 15 de novembro de 1927, foi comemorado de forma festiva, sendo orador o veterano pastor Pedro Falcão.

A IBCOR organizou, em 29 de julho de 1929, durante o Pastorado de Tiago Araújo, a Igreja Batista em Bento Ribeiro (hoje PIB), no Rio de Janeiro (então DF). Essa igreja foi formada por membros oriundos da IBCOR e da IEB da Várzea, que haviam
se transferido para esse subúrbio do Rio de Janeiro. Organizada, a Igreja Batista de Bento Ribeiro elegeu para pastoreá-la Sebastião Tiago Correia de Araújo, o qual peri odicamente viajava até ao Rio de Janeiro, de navio, para dar assistência à comuni dade, celebrar a Ceia do Senhor e realizar batismos. Entre uma visita e outra, enviava mensagens escritas, lidas dominicalmente no Templo, a título de sermão,
à semelhança das cartas enviadas pelos apóstolos para as igrejas cristãs primitivas.

A IBCOR permaneceu vinculada à Convenção Batista Regional e à Associação Batista Brasileira (ABB) até 1938. A IBCOR ao tomar conhecimento de que o Seminarista João Norberto da Silva, que fora membro, participara de ato de consagração ao ministério pastoral, na Igreja Batista do Zumby (“chamada de Igreja Batista Americana do Zumby”), fez um protesto. O ato tivera a presença do Diácono Gabriel Arcanjo, da IEB da Várzea, que também gerou protesto da IBCOR, porque o Pastor Tiago Araújo era o Secretário Executivo da Convenção Regional e da ABB, cargo exercido em boa parte desse período, quando atuara na mediação de conflitos, como o que envolveu o Pastor Pedro Falcão e a Igreja Batista da Paraíba (João Pessoa) e o obrigou a se deslocar para aquela cidade, para conciliar os ânimos. Ainda no ano de 1931, a IBCOR, através do seu Pastor e Diáconos, participou da consagração, ao Ministério da Palavra,
de Manoel Batista e de José Domingos de Figueiredo. Em 1933 participou também da consagração do seminarista José Lins de Albuquerque73, aluno do Seminário Batista
Brasileiro. As igrejas remanescentes da ABB, em 1938, realizaram uma Assembléia, na Igreja Batista da Torre, onde deliberam dissolver a Associação e se filiarem à Convenção Batista Brasileira e à Convenção Batista Pernambucana, encerrando
o Movimento Radical.

O mausoléu do pastor Manuel Corinto Ferreira da Paz, no Cemitério da Várzea,
cuja construção fora iniciada em maio de 1926, logo após seu falecimento, foi concluido em 1930, sendo inaugurado com a presença de membros das várias igrejas em que Manoel da Paz fora Pastor e de muitos outros que o conheceram e admiravam.
A residência Pastoral da IBCOR teve sua construção iniciada em 1931, no mesmo terreno em que estava edificado o Templo. Mais tarde, com a aquisição dos lotes de terrenos vizinhos, a casa Pastoral foi reformada.

A comemoração do 26º Aniversário de organização da IBCOR, em 15 de novembro de 1931, contou com a presença de dois oradores convidados - Pastores José Vidal de Freitas e Natanael Dantas. No Pastorado de Tiago Araújo a IBCOR manteve a preocu-pação com a formação intelectual dos seus membros, reorganizando a sua escola anexa, agora sob o nome de Instituto Batista do Cordeiro. Encaminhar alguns dos alunos que concluíam o ensino básico para o Colégio Batista Brasileiro, onde receberam bolsas de estudo: Iracema Correia, José Ferreira, Maria Aragão, Nehemias Pereira e Doralice Aragão (tia da homônima).

A IBCOR, em fevereiro de 1933, elaborou os primeiros Estatutos de que encon-tramos notícia. Depois de aprovados, eles foram encaminhados para o respectivo registro. Todavia, lamentavelmente, a pesquisa efetuada no Cartório de Registro de Documentos e de Pessoas Jurídicas não logrou êxito na sua localização.

O irmão Isaque Aragão (Manoel Alves Barbosa) foi eleito, em 10 de dezembro de 1947, Diretor de Música da IBCOR, substituindo ao irmão Nelson Pereira permanecendo nessa função por vários anos, até que suas atividades profissionais o impediram de continuar.

A eclosão da Segunda Guerra Mundial, em 1939, modificou a situação social econômica, criando dificuldades em todo o mundo. O comércio e a indústria do Nordeste e do Brasil foram afetados pela retração do mercado e pelo aumento nos preços da matéria prima, com a conseqüente redução da atividade econômica e diminuição da oferta de emprego. A maioria dos membros da IBCOR eram, nessa
época, empregados das fábricas têxteis que abundavam nos bairros da Torre, do Cordeiro e da Várzea, e sofreram as conseqüências da situação econômica.
Os frutos presentes do pastorado Tiago Araújo.

Entre os frutos do pastorado de Sebastião Correa de Araújo estavam presentes na Igreja na comemoração do centenário, recebidos década de quarenta: (a) por batismo: (1) Manoel Alves Barbosa (conhecido como Isaque Aragão), suas cunhadas Iraci Alves Aragão e Abigail e a esposa Doralice Barbosa e o primo Edgar Alves Aragão (primeiro universitário batista pernambucano); (2) Raquel Aragão Cavalcanti de Albuquerque; Anatilde Lira de Souza, mãe de Neemias Lira, que com a família são membros da Igreja; e (4) Maria do Carmo de Souza. Isaque, Doralice eram pais de Liliane e Humberto. Edgar, casado com Dulce Marques do Aragão, tem os filhos Alda, Célia, Suely, Edgar Júnior, Deyse, Pedro Henrique e Marcelo, que ainda eram membros da
Igreja, à exceção de Suely que, com seu carisma e simpatia, que o Senhor tomou para Si, para ornar a mansão celestial, deixando saudosos os que a conhecemos; (b) por carta de transferência: Hermengarda Alves Sales, vinda da IEB da Várzea. Hermengarda casou com Manoel Rocha e alterou o nome para Hermengarda Sales Rocha. O casal teve
os filhos Marcos, Marli, Miriam, Manoel Filho, Marta, Marlene, Márcia, Marisa e Moisés, os quais são, à exceção do primeiro e do terceiro, membros da Igreja.
Isaque, Doralice, Edgar Aragão e Hermengarda Rocha (minha mãe do coração) já foram chamados ao Lar Celestial, deixando saudades.

O Novo Templo da Igreja. O segundo Templo, que seria edificado sobre o primeiro, com alteração de sua área e arquitetura, teve concluída sua construção na década de quarenta. Esse Templo foi uma obra de fé, construído numa época de difícil situação econômica, depois da grande depressão até o início da segunda guerra mundial. A economia brasileira e nordestina na época sentiram os efeitos, especial mente as industrias têxteis, empregadoras da maioria dos membros da Igreja. O Pastor Tiago Araújo, porém, não era homem de esmorecer e, com a fé firmada no Senhor, levou o seu rebanho a edificar o maior e mais belo Templo Batista da capital. Nele, os cordeirenses cultuaram a Deus até 1970. Nessa época, sofreu uma ampla reforma, podendo hospedar muitas assembléias e reuniões da denominação, entre as quais a Assembléia da Convenção Batista Evangelizadora de Pernambuco, em 1944.

A IBCOR, no seu pastorado, participou da Campanha Simultânea de Evangelização, promovida pela Junta Evangelizadora (1951). Nesse período a IBCOR convidou o Semina rista Jesimiel Norberto da Silva para auxiliar do Pastor Tiago Correia de Araujo, tendo esse irmão servido à Igreja até depois da posse do Pastor David Mein. Foi inclusive convidado a assumir o Pastorado efetivo da IBCOR, em 1952, convite que declinou82. Trabalhou como Pastor adjunto até 1953.

O Pastor Tiago Araújo, durante o Pastorado da IBCOR, pastoreou, de forma simul-tânea, as Igrejas Batistas do Monteiro (Recife), da Estância (Recife), a Igreja Batista de Moreno e de Bento Ribeiro (RJ). Nos últimos anos do seu Pastorado, teve que reduzir sua atividade, em face da doença que o afligia. Ao falecer o Pastor Sebastião Tiago Correa de Araújo em 27 de abril de 1951, o Seminarista Jesimiel Norberto assumiu a direção da Igreja na parte espiritual, até que esta escolheu e empossou o Pastor David Mein.

Biografia do Pastor Sebastião Tiago Correia de Araújo. Alagoano de Rio Largo, nasceu a 26 de agosto de 1894, filho de Lúcio Correia de Araújo e de Galdina Maria de
Araújo, residentes na vila Cachoeiras, município Santa Luzia (AL), no então distrito de Rio Largo. Converteu-se a Cristo ouvindo mensagem pregada pelo Pastor Manoel
Virgínio de Souza. Batizado, em 18 de abril de 1914, pelo Pastor José Pereira Salles, na Igreja Batista do Rio Largo. No dia 30 de abril de 1915, foi consagrado Diácono dessa Igreja, passando a servir como auxiliar do Pastor José Pereira Salles durante dois anos, sendo recomendado ao Seminário Batista no Recife, onde chegou em 1918, como afirma José Alves Feitosa, seu colega de turma. No Recife, trabalhou como auxiliar do Pastor Manuel Corinto Ferreira da Paz, na Igreja Batista do Cordeiro. Mais tarde, na Igreja Batista do Cabo, foi auxiliar do Pastor Pedro Falcão. Deixando o Pastor Pedro Falcão o Pastorado, em 1920, a Igreja Batista do Cabo o convidou para o seu ministério, sendo consagrado no Templo da IBCOR, em Concílio composto dos pas tores Pedro Falcão (presidente), Antonio de Castro (secretário), David Luke Hamilton (examinador), Manoel Corinto Ferreira da Paz, Abílio Pereira Gomes, J. P. de Castro, Cleóbulo Cardoso, Eloy Correia, João Jorge de Oliveira e dos diáconos Pedro Pereira, José Batista A. Falcão e Manoel Raimundo. Casado em primeiras núpcias com Raquel Correia de Araújo, teve a filha Judith e mais outra, que morreu com a mãe na ocasião do parto. Casou em segundas núpcias com Maria Pereira da Cruz, uma jovem viúva, com dois filhos (Daniel Porfirio da Cruz e Elias Porfírio da Cruz), sendo o casamento celebrado pelo missionário William Carey Taylor, em 22 de setembro de 1922. Aos três filhos, o casal juntou outros onze: Silas, Raquel, Paulo, Ligia, Vasty, Edson, Lutero, Sulamita, Jessé, Isabel e Miriam. O casal ainda teve vinte e seis netos e muitos bisnetos, alguns membros da IBCOR até data recente: Ester Araújo Oliveira, Misael Aragão Araújo (casado com Lindinalva) e sua filha Solange e Moisés Correia (casado com Luciara) e seus filhos. No seu Pastorado, a Igreja hospedou várias vezes a Convenção Batista. Ainda no seu Pastorado, a IBCOR iníciou a construção do novo Templo, no local do antigo, mas com estrutura, frontispício e área diferentes. Lá hospedou a Convenção Batista Evangelizadora de Pernambuco em 1944. O Pastor Tiago concluiu sua obra em 27 de abril de 1950, quando o Senhor da Seara o convocou para a sua Glória. O Pr José Alves Feitosa, seu amigo e colega de turma ao se referir ao Pastor Tiago Araújo, assim se expressou: “Faleceu às 19 horas do dia 27 de abril do corrente o Pastor Tiago de Araújo, como era tratado na irmandade. Já era esperado desenlace, visto o seu estado de saúde. Aguardava-se o desfecho porque já havia meses que vinha doente sem muita possibilidade de melhora e por isso não nos
surpreendeu a sua morte”.

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